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Retrato da Festa de Aniversário

    Revejo uma foto de um aniversário de infância É a festa na casa de um querido amigo Compartilhada por ele só agora comigo Depois de tantos anos corridos Agora já somos adultos homens crescidos Saudades do bolo das velinhas dos brigadeiros   e beijinhos dos refrigerantes e dos deliciosos salgadinhos Na festa se encontraram todos os nossos antigos amiguinhos Tim, Drico, Vinícius, Renan, os irmãos Willyan e Wesley e o aniversariante Jefinho O antigo retrato da festa de aniversário traz doces lembranças Saudades daquele tempo de quando éramos crianças Das nossas brincadeiras preferidas: O golzinho no asfalto O esconde-esconde   O jogo de bolitas O velho videogame De jogos comprados em fitas No fundo da fotografia Não há muitos itens decorativos: Alguns balões Mas bem cheios lindos e coloridos À frente nós crianças felizes cheias de sorrisos Com nossos olhos de crianças Despreocupados Imagino a continuação da festa... C
  Lago do Amor No belo entardecer do Lago do Amor O rei Sol começa a se pôr Nas árvores as folhas verdes claras Abraçam as verdes escuras No céu passarinhos cruzam as nuvens Cantando felizes nas alturas Nos bancos pessoas tomam seu tereré Não se discute política nem economia Mas sim sobre que cor um passarinho é Um menino primeiro diz "é preto" O pai acha que é azul A mãe conclui é preto azulado! Capivaras enquanto isso bebem Sol na beira do lago Secam o pelo molhado e arrepiado Um senhor lancha sob a sombra de uma grande árvore Olhar calmo despreocupado Presta mais atenção na natureza Do que nos problemas Tem olhos voltados para um banco de areia Onde brincam duas lindas seriemas O Sol está a se pôr no Lago do Amor As águas espelham seu reflexo laranja  brilhante Enquanto uma criança curiosa diz: “Mãe, Jacaré tem uma boca gigante!” As garças vão em bando voando para os ninhos Vistas de longe parecem brancos pontinhos Qu

Iii

Vemos o líder da burguesia Sem  a máscara  de pano novo Vomitando asneira sobre o povo Sem a máscara de pano Outra máscara entra em cena A do burguês privilegiado Que finge se importar com  a gente pequena Mas infelizmente é um conto de fadas  Depositar a esperança nas forças armadas abra bem os olhos  raia-muída Esse tipo de ser é coisa muita imunda O que temos de concreto? Um conserto macabro, Um bando de gente que seguindo pesudo-líder, Irracionalmente cultuado,  Que ocupa um lugar inapropriado O que temos de concreto? Geladeiras vazias, Povo desemprego, Vivendo em um dos países mais atrasados  Sem saber se terá o que comer no dia seguinte  País de família estão desesperadod Pobreza e fome voltam a assombrar Um dia de trabalho  Mal um quilo de carne dá para comprar As donas de casas saem a procura de algo barato para almoçar  Já é considerado luxo ter o que comer no jantar Ossos estão sendo vendidos, antes iam para o lixo, ou eram para doar O mundo está cada dia mais duro, O trabalh
A jacaroa bailarina  No começo Gertrude era só um jacaré Que saiu do lago para realizar seu sonho De ser uma dançarina de balé O s outros animais falavam que ela não tinha talento Que seu destino era morar a vida toda no lago lamacento Um dia Gertrude conheceu uma capivara que era professora de balé E foi treinando e treinando aí ficou tão boa Aprendeu a girar rapidamente sobre um só pé, Passou a ser chamada de a grande Jacaroa Um gramático que foi ao seu show Certa vez assim acrescentou:  "O certo é jacaré-fêmea!" Gertrude retrucou: “Também falaram que o certo era não ser uma bailarina, Seu gramático, faz o favor, vai ver se estou lá na esquina!”
Covid-19 Ficar dentro de casa, essa é a regra, Enquanto um vírus o mundo conhecido aos poucos desintegra! Mas bem antes da contaminação viral, Os valores indidualistas já contaminavam o globo, Fazendo o homem se tornar seu próprio lobo, Assim como dizia Thomas Hobbes, Agora, sem ter  emprego e o que comer, Quem mais está sofrendo são classes pobres. No feudalismo o vírus seria atribuído a punição divina, Hoje não mudou muito, há quem acredite ser uma bruxaria planejada pela China! Segundo um líder religioso, O vírus é um castigo enviado por Deus contra a homossexualidade, Mas não somos todos filhos seus? E afinal não pertencemos a mesma humanidade? Eu inocente que acreditava que esses tipos de discursos não eram nem mais dignos de debate! Nesse mundo, denominado de  pós-moderno, Vejo, com tristeza, que há quem defenda que o lugar do diferente é no inferno! O vírus descontinou preconceitos antes velados, O atraso mental não parece ter sido superado, Apes
Nem só pão vive homem Também de arroz, vinagrete, Churrasco e cerveja, Principalmente se o homem Em questão for brasileiro.
Quem está em cima as ordens emite Quem está em baixo Cumpre as ordens da elite Quem está em cima executa obras Quem está em baixo Come apenas sobras Quem está em cima tem poder Quem está em baixo Se arrepende de nascer Quem está em cima tem a lei a seu lado Quem está em baixo Sente o peso da mão do diabo Quem está  cima viaja até para Dubai Quem está embaixo Mal da sua cidade sai Quem está em cima anda de carro importado Quem está em baixo Nem sequer é motorizado Quem está em cima tem  facilidade Quem está em baixo Vive passando dificuldade Quem está em cima vive no conforto Quem está em baixo Não tem nem onde cair morto!
Plantio de palavras O mistério quase nada tem a ver comigo O rebuscado pego traduzo e simplifico Assim busco produzir meus versos como um camponês produz o trigo Nisso a minha escrita consiste Afinal sou também um agricultor Mas que planta palavras no solo do sulfite
Problemas tem cabelos compridos, Usavam esmaltes coloridos e batons, Adoram desfilar sobre saltos finos, E também ganhar jóias e caros bombons, Problemas começam com a letra M, Ah! Mas como nós homens gostamos de se envolver em problemas...

Café nosso de cada dia

Um cafezinho O café nosso de cada dia, Dai-nos hoje e sempre meu Senhor, Pretinho, cheiroso e  cheio de sabor. Se possível, quero o meu café  passado no coador de pano, Só pra dar o gostinho de infância que tanto amo. Tem muitos tipos de café  expresso, c afé longo, café com leite, ou café cremoso, Qualquer cafezinho  é saboroso, E ajuda a começar o dia bem gostoso!
Sozinho à noite sinto-me fraco, Pequeno e suscetível, Escuto meu coração, Ouço minha respiração, O silêncio muda a dimensão, Que tenho do meu próprio eu. Lembro-me que fulano morreu, Ele estava aqui ontem, E ainda está sorrindo na foto, Ora, s omos tão frágeis, Facilmente quebráveis. Quando se está rodeado de amigos de poder, de preocupação, Preenchidos de distração, Algo que é externo a nós nos deixa   ocupado, A gente até esquece que vai virar pó E que um dia vai ser enterrado! Tudo pode acabar a qualquer momento, A solidão é um balde de água fria na cara, Ela nos diz: “acorda cabra, você não é nada!” Você não é ninguém quando está sozinho, Precisa dos outros para poder se diferenciar, Para poder lhe fazer companhia, Para sorrir, para conversar e até para brigar, Para fazer estas coisas externas, Que dão a sensação às pessoas de serem eternas! Mas quando se está só, você fica aflito, Escuta  acel erar seu batiment

Fusquinha da paz

Essa história que eu vou contar Fala de um carro muito elegante Um fusquinha lá de Campo Grande Chamado fusquinha da paz Quando ele virava a esquina  Fazia bi bi  Pois tinha um defeito na buzina  E mesmo quem estava com a cara virada até  então  Levantava a mão acenando "e aí", "e ai" Essa é a história do fusquinha da paz Bi bi Desfazia as inimizades de anos atrás  Por isso o meu carrinho  era chamado de Fusquinha da paz Era um fusca bom para gastar dinheiro Eu mandei pintar lá no funileiro de amarelo ouro O fusquinha era meu o tesouro Não vendia ele por nada Era o carrinho pra gente  dar aquela passeada Ir no shopping Fazer piquenique O fusquinha  era chique 
A mãe era  Quem assoprava o olho quando entrava cisco Quem chamava para entrar para casa  ao sinal do menor chuvisco Quem fazia o chá  de folhas de laranjeira E cobria com três cobertores no inverno Que era pro peito não dar  chiadeira Quem ia na escola pegar o boletim Ajudava na tarefa de matemática Deixava ver o Chaves e o Chapolim Depois de terminar o dever de casa Quem fazia suco de laranja com bolinho de chuva À tarde pra mim Quem quando não tinha pão de manhã dava um jeito Esquentava   na panela arroz com feijão,  Que a gente chamava de rapa Para não ter que para escola de barriga vazia Mãe como a minha, Desculpe-me dizer: só tem ela! A minha mãezinha não tinha dinheiro Não tinha diploma Não tinha status Nem fama, Mas tinha um filho E sabia como dele cuidar, E sabia como amar, E sabia como ninguém, E sabia muito... muitooo bem!
O vento forte assobia  Entre as paredes das casas, Levantando poeira no bater de suas asas, Anuncia a vinda de um temporal, As donas de casas ficam bem bravas Só de pensar que terão que varrer todo o quintal! As árvores felizes dançam seguindo o som, Orquestrado pelo pelo vento e pelos anjos, Bailando reneticamente de acordo o tom, E que ótimas bailarinas as árvores são! Já as donas de casa dizem que Não gostam das folhas que caem no chão, Mas no fundo ficam mesmo irritadas Porque nenhuma delas dança tão bem assim não
Latidos rompem o silêncio da noite, Saio pra ver se é o ladrão, Booooooom! É só um menino soltando rojão! De madrugada, o telhado quase despenca, Saio pra ver se é o ladrão, Miauuuuuuuuuuu! É só gato caçando encrenca. O portão  está muito barulhento Saio para ver se é ladrão, Vrummm vrummm É só força do vento Sai tranquilo para ir ao mercado O ladrão devia estar preso na cadeia... Quando voltei meu no guarda-roupas Só me restou uma meia
O verde  Àrvore O amarelo  Sol O vermelho Sangue O caranguejo Mangue O roxo Uva A mão Luva O cinza Nublado Papel no chão Relaxado O preto Noite O mato Foi-ce... Pro verde Retornado, No mar, Azul-amarelado, de Sol, De coqueiro, Esverdeado!
A rua de  casa A  rua de casa Era parque de diversão Onde a gente brincava À tarde toda de montão A rua de casa Era onde a gente brigava Virava ringue de boxe, Ou melhor quebra pau, Daí por umas duas horas, A gente ficava de mal! A rua de casa era tão grande apesar de ser tão pequena A rua de casa era pista de corrida de carrinho de rolemã Era o nosso Maracanã Onde jogávamos o futebol de golzinho Com as traves feitas de chinelos A rua de casa o era local do nosso "rolezinho" A rua de casa era Um observatório astronômico De onde a gente deitado Com nosso imaginário radar supersônico indagava a razão de ser das estrelas E o por que das pessoas não caírem Se o mundo era uma bola? A gente não entendia bem sobre isso na escola, Nossas filosofias infantis, Eram mais da hora! Na rua a gente tirava racha de bicicleta Na rua a gente apostava corrida Na rua a gente era atleta Era ladrão e polícia A esquina da rua era o nosso longe Arrodear a
Elefante da África Queria vê-lo no palco fazendo mágica Imagina só elefante Você tirando um coelho da cartola Vestindo um terno todo elegante Você que é tão grande Falando abracadabra Bem alto no auto-falante Imagina os aplausos Para um mágico tão grandioso  Você ficaria muito famoso!
Problemas  são como redes de pesca Que nos deixam como peixes neles encurralados Com cada membro do corpo Preso nos seus pegajosos emaranhados. Problemas que você nem sabe que tem Daí eles de repente eles vêm Te puxam com força para baixo Lá para o fundo escuro do Mar Mas você está sem fôlego para ir tão fundo, Numa noite escura próxima ao Natal Sente-se prestes a se afogar, Parece uma ocasião tão feliz para o resto todo mundo, Com as  famílias  reunidas para a Ceia, Enquanto eu cai numa dessas armadilhas da vida, Agora sozinho estou preso como numa teia, Rezando para que  quem sabe lá fundo, Seja salvo por uma seria, E que ela me leve para a superfície, Isso se ela realmente existisse, Mas só há redes... Acusaram-me de um crime Prederam-me entre quatro paredes, Lugar onde não há inocentes, são todos culpados? Aqui já isso não vem ao caso, quem decide é o juiz, Homens-peixes enjaulados/enlatados, Não importa mais o que fiz!
A mãe assoprava o olho da gente quando entrava cisco Chamava para entrar pra não molhar Ao sinal do menor chuvisco Pra sarar do resfriado fazia chá  de folha de laranjeira Cobria a gente no frio com três cobertores Que era para o peito não ficar com chiadeira A mãe tirava bicho de pé com a agulha Arrancava farpa da pele da com a agulha Costurava o rasgo da bermuda com a agulha A mãe fazia roupa pra família com a agulha A gente achava que a mãe podia resolver tudo com uma agulhada Como o He-Man resolvia com sua espada A gente cresceu e vieram problemas que não davam dacam para resolver com a agulha Crescemos, aí entendemos que a vida é dura... A mãe já nem consegue colocar a linha na agulha A vista dela envelheceu junto com os cabelos A gente nem tem mais tempo de ver o He-Man E até nossa He-Mãe perdeu seus superpoderes... Mas permanece sendo nossa velha heroína