Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2018
A mãe assoprava o olho da gente quando entrava cisco Chamava para entrar pra não molhar Ao sinal do menor chuvisco Pra sarar do resfriado fazia chá  de folha de laranjeira Cobria a gente no frio com três cobertores Que era para o peito não ficar com chiadeira A mãe tirava bicho de pé com a agulha Arrancava farpa da pele da com a agulha Costurava o rasgo da bermuda com a agulha A mãe fazia roupa pra família com a agulha A gente achava que a mãe podia resolver tudo com uma agulhada Como o He-Man resolvia com sua espada A gente cresceu e vieram problemas que não davam dacam para resolver com a agulha Crescemos, aí entendemos que a vida é dura... A mãe já nem consegue colocar a linha na agulha A vista dela envelheceu junto com os cabelos A gente nem tem mais tempo de ver o He-Man E até nossa He-Mãe perdeu seus superpoderes... Mas permanece sendo nossa velha heroína
Se os  ouvidos escutassem Cem por cento  do que uma boca disse Estou convencido Que de tédio Já teríamos morrido Antes de chegar a velhice