A mãe assoprava o olho da gente quando entrava cisco
Chamava para entrar pra não molhar
Ao sinal do menor chuvisco
Pra sarar do resfriado fazia chá  de folha de laranjeira
Cobria a gente no frio com três cobertores
Que era para o peito não ficar com chiadeira

A mãe tirava bicho de pé com a agulha
Arrancava farpa da pele da com a agulha
Costurava o rasgo da bermuda com a agulha
A mãe fazia roupa pra família com a agulha
A gente achava que a mãe podia resolver tudo com uma agulhada
Como o He-Man resolvia com sua espada
A gente cresceu e vieram problemas que não davam dacam para resolver com a agulha
Crescemos, aí entendemos que a vida é dura...
A mãe já nem consegue colocar a linha na agulha
A vista dela envelheceu junto com os cabelos
A gente nem tem mais tempo de ver o He-Man
E até nossa He-Mãe perdeu seus superpoderes...
Mas permanece sendo nossa velha heroína




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cegueira social

Deguste um poema