A rua de  casa


A  rua de casa
Era parque de diversão
Onde a gente brincava
À tarde toda de montão

A rua de casa
Era onde a gente brigava
Virava ringue de boxe,
Ou melhor quebra pau,
Daí por umas duas horas,
A gente ficava de mal!

A rua de casa era tão grande
apesar de ser tão pequena



A rua de casa era pista de corrida
de carrinho de rolemã
Era o nosso Maracanã
Onde jogávamos o futebol de golzinho
Com as traves feitas de chinelos
A rua de casa o era local do nosso "rolezinho"


A rua de casa era
Um observatório astronômico
De onde a gente deitado
Com nosso imaginário radar supersônico
indagava a razão de ser das estrelas
E o por que das pessoas não caírem
Se o mundo era uma bola?
A gente não entendia bem sobre isso na escola,
Nossas filosofias infantis,
Eram mais da hora!

Na rua a gente tirava racha de bicicleta
Na rua a gente apostava corrida
Na rua a gente era atleta
Era ladrão e polícia

A esquina da rua era o nosso longe
Arrodear a quadra  era quase uma heresia
No esconde-esconde!
A carroceria do caminhão do Deufim
Era o escorijo secreto




A rua era nosso mundinho
É difícil traduzir o que a gente sentia
Porque a rua para nós é muito mais
Do  que aquela que fisicamente ali existia






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