Iii
Vemos o líder da burguesia
Sem a máscara de pano novo
Vomitando asneira sobre o povo
Sem a máscara de pano
Outra máscara entra em cena
A do burguês privilegiado
Que finge se importar com a gente pequena
Mas infelizmente é um conto de fadas
Depositar a esperança nas forças armadas
abra bem os olhos raia-muída
Esse tipo de ser é coisa muita imunda
O que temos de concreto?
Um conserto macabro,
Um bando de gente que seguindo pesudo-líder,
Irracionalmente cultuado,
Que ocupa um lugar inapropriado
O que temos de concreto?
Geladeiras vazias,
Povo desemprego,
Vivendo em um dos países mais atrasados
Sem saber se terá o que comer no dia seguinte
País de família estão desesperadod
Pobreza e fome voltam a assombrar
Um dia de trabalho
Mal um quilo de carne dá para comprar
As donas de casas saem a procura de algo barato para almoçar
Já é considerado luxo ter o que comer no jantar
Ossos estão sendo vendidos, antes iam para o lixo, ou eram para doar
O mundo está cada dia mais duro,
O trabalhador entrega currículo no escuro
nem chega na mesa do chefe,
Vai antes parar na lixeira,
Uma senhora morando na rua,
Trabalhou muito tempo de faxineira,
Demitida não conseguiu pagar o aluguel,
Hoje seu cobertor é feito de papel,
Jornais velhos embrulham seu corpo,
Semana passada seu colega foi morto,
Assassinado com um tiro pela polícia,
Porque foi pego roubando um pacote de salsicha,
Nas favelas traficantes armados ostentam dinheiro e poder,
Roubam e matam, ninguém os vai prender
A Vida parece um labirinto,
Contraditória, por isso trouxe essa história
O sangue é amargo vermelho como vinho tinto,
Mas que se importa com um mendigo?
O marca do seu sacrifício permanece no asfalto,
E ontem choveu,
Vários dias se passaram,
Tudo mundo já esqueceu,
Do homem que morreu
Menos quem está na mesma condição
Que se lembra toda vez que olha para a marca no chão
Estão abertas as lojas, os shopping, as lanchonetes
Os homens do destino são meras marionetes?
Os carros passam velozes e brilhantes
As pessoas pisam sobre a mancha de sangue
Apressadas com seus sapatos e roupas elegantes
A vida segue, tem que seguir...
Mas ninguém pensa em quem não tem para onde ir
E tudo está tão normal
Mas aquilo foi um sinal
Quem vive nas ruas tem tem que ficar de olho aberto,
Perde a condição de humano
O mundo vira deserto,
A pessoa virá objeto
Tem tantas pessoas passando
Mas já estão indo, ninguém fica...
No máximo se estica
Para abrir a mão
Para dar poucas moedas
Para quem não tem opção
Flagelados,
relegados,
Esquecidos,
Não bandidos
Tem de todos os níveis
Ex-comerciantes, ex-pedreiros, ex-professores...
Agora todos invisíveis.
Promove aglomeração
É o presidente?
Não, é um mostro,
homem-aberração!
É o mito?
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